terça-feira, 12 de abril de 2011

Evangelismo Bíblico - Lição 02

Lição 2

Fazendo com que a graça seja realmente maravilhosa
Por Ray Comfort
Tradução: Fernando Guarany Jr.

  
“O céu inteiro se interessa pela cruz de Cristo, o inferno inteiro a teme,
enquanto os seres humanos são as únicas criaturas que, de certa forma,
ignoram o seu significado.”

Oswald Chambers

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Comentário de Kirk: A graça nunca havia feito tanto sentido para mim,
nem havia se apresentado tão linda, quando no momento em que a enxerguei
 à luz da Santa Lei de Deus. A Lei ilumina o entendimento do pecador e revela
que a graça de Deus é maravilhosa.

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Perguntas e Objeções

“A culpa é da Mãe-Natureza”

Furacões, tornados, enchentes, secas e terremotos matam dezenas de milhares
de pessoas a cada ano. Multidões de pessoas têm doenças que as deixam paralíticas,
 passam por sofrimento e dor inenarráveis. Muitos não-cristãos culpam uma insensível
 “Mãe Natureza” por nos infligir tamanho sofrimento. Tais pessoas erram por não
entenderem que a “Mãe Natureza” tem um chefe que se chama Deus Pai.

Entretanto, se Deus é responsável por tanto sofrimento, um interessante dilema se arma.
 Se Deus é um “Pai amor” como comumente ouvimos por aí, restam-nos três escolhas:
1)      Deus meteu os pés pelas mãos quando criou todas as coisas
(ou seja, Ele é criativo, mas incompetente); 2) Deus é um tirano, que se diverte
vendo crianças morrerem de leucemia; 3) algo entre Deus e a humanidade
 está radicalmente errado. Estas são nossas escolhas... e aqueles que tirarem um tempo
 para considerar as evidências escolherão a opção três: algo entre Deus
e a humanidade está radicalmente errado! A Bíblia nos explica o problema.

Há uma guerra ocorrendo. Sabemos que a humanidade é inimiga de Deus
por causa de suas más obras (Colossenses 1:21). Não é difícil de enxergar isso.
 A humanidade tem continuamente cometido atos violentos como assassinato e estupro,
mentira, roubo, etc., conforme vemos diariamente nos noticiários.
As pessoas têm usado o nome de Deus como uma palavra de xingamento, enquanto
a Mãe-Natureza fica com a glória pela criação do Pai, isto é, até que aconteça um terrível
desastre (como a Tsunami na Ásia em 2004); aí as pessoas chamam isso de um “ato de Deus.”
É interessante saber que em inglês, a palavra ‘WAR’ (guerra) forma uma sigla curiosa:
 We Are Right (Nós Estamos Certos). Qualquer país que faça guerra, a faz porque
tem a convicção de que está certo [e, assim, tem o direito de fazê-la].
Entretanto, uma rápida verificação na Lei de Deus mostra-nos quem está certo
e quem está errado. Nós, e não Deus, é que somos a parte culpada. Se quisermos
Sua benção de volta sobre o nosso país e nossas vidas, devemos fazer paz com Ele,
 e isso só é possível através da fé em Jesus Cristo.

As boas novas do evangelho são que, na cruz do Calvário, Deus estendeu
Sua graça à humanidade. Palavras não conseguem expressar as maravilhas
 de Sua graça ilustrada de maneira tão plástica na [imagem] da cruz ensangüentada.
 A palavra ‘graça’ pode ser definida como “favor imerecido por aqueles que só o mal mereceriam” ou, em outras palavras, “As Riquezas de Deus à custa de Cristo.”

A pergunta que deveria estar no coração de cada cristão é: qual a melhor maneira de
mostrarmos a maravilhosa graça de Deus a este mundo perdido? É curioso que quando
dizemos aos pecadores que Deus os amou de tal maneira que deu Seu único Filho
 para morrer em lugar deles, isso parece ter menos importância de que a previsão
 meteorológica do dia. Na opinião deles, pelo menos a “previsão do tempo para hoje”
 é aplicável imediatamente.

A solução para este dilema pode ser encontrada em Romanos 5:20.
Neste versículo ficamos sabendo para que Deus nos deu Sua Lei: “A Lei veio para
 que a ofensa abundasse. Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.”

Quando o pecado abunda, a graça superabunda. De acordo com as Escrituras,
o que faz com que o pecado abunde é a Lei.

Podemos ver a obra da Lei de Deus ilustrado na lei civil. Por exemplo,
quando não há nenhum sinal visível da lei em uma rodovia, os motoristas geralmente transgridem o limite de velocidade. Aparentemente, todo motorista infrator pensa
consigo mesmo que lei esqueceu de patrulhar esta parte da rodovia. Além do mais,
 ele só está 30 km acima do limite de velocidade e, afinal de contas, ele não
é o único a estar fazendo isso.

Note o que ocorre quando a lei aparece na rodovia com a sirene ligada
e as luzes piscando. O coração do infrator pára de bater por um segundo.

Ele já não se sente mais seguro com o fato de que há outros motoristas infringindo
 a lei junto com ele. Ele sabe que é pessoalmente culpado –
 tanto quanto qualquer outro infrator – e ele pode ser a “bola da vez”,
 aquele que a lei vai mandar parar no acostamento. O fato de que há outras pessoas
 fazendo o mesmo é irrelevante. De repente, seus “meros” 30 km por hora
 não mais parecem algo tão desprezível assim; na verdade, eles parecem abundar.

Observe a rodovia do pecado. O mundo inteiro está naturalmente indo com a maré.
 Quantos podem dizer que nunca tiveram (ou desejaram ter) um relacionamento
 extraconjugal? Quantos na sociedade de hoje podem dizer que nunca contaram
 uma “mentirinha”? Quem nunca furtou nada de outrem? Os pecadores sabem que
o que estão fazendo é errado, mas sua segurança está no fato de há muitas
outras pessoas tão culpadas quanto eles. Tem-se a impressão de que Deus
 esqueceu de tudo a respeito do pecado e dos Dez Mandamentos. Então,
o pecador diz em seu coração: “Deus esqueceu-se; cobriu o seu rosto e nunca verá isto.
” (Salmo 10:11)

Agora veja o que ocorre quando chega a Lei com sua sirene ligada e as luzes
vermelhas piscando. O coração do pecador pára de bater por um segundo.
Ele tapa a sua boca com a mão. Ele examina o velocímetro de sua consciência.
Repentinamente, isso lhe mostra a medida de sua culpa sob uma nova luz – a luz da Lei.
 Seu senso de segurança no fato de que há multidões fazendo o mesmo torna-se irrelevante,
pois cada pessoa prestará contas de si mesma perante Deus. O pecado não
 somente se torna pessoal, ele parece “abundar”. Sua mera lascívia se torna
adultério no coração (Mateus 5:27,28); sua mentirinha, falso testemunho
(Apocalipse 21:8); seu jeito [pessoal de ser e de agir], se torna rebelião; seu ódio,
assassinato (1 João 3:15) e seus dedos “leves” o condenam como ladrão –
“A Lei veio para que a ofensa abundasse.” Sem a chegada da Lei, o pecado
 nem é pessoal nem evidente: “Pois sem a Lei, o pecado está morto
[no sentido de que parece inócuo]” (Romanos 7:8)

Foram os “Mandamentos” que mostraram a Paulo o pecado à sua verdadeira luz,
ou seja, que ele é “excessivamente maligno” (Romanos 7:13). Paulo falou baseado
em sua própria experiência, pois havia sido educado aos pés de Gamaliel, o grande
“doutor da lei” e, portanto, enxergava o pecado em suas cores mais vívidas.

De acordo com as Escrituras, “[A verdadeira função da] Lei é fazer as pessoas
reconhecerem e serem conscientes do pecado [não uma mera percepção, mas
um entendimento do pecado que conduz ao arrependimento...]” (Romanos 3:20)

Charles Spurgeon disse que “a Lei serve a um propósito muito necessário.”
Quão verdadeiras são suas palavras no que diz respeito aos pecadores:
“Eles nunca aceitarão a graça até que tremam diante de uma Lei justa e santa.
” Os cristãos que compreendem o papel da Lei são Filhos do Trovão antes
de serem Filhos da Consolação. Eles sabem que os sapatos do orgulho humano
 devem ser removidos antes de os pecadores poderem aproximar-se da sarça
ardente do evangelho.

É importante perceber que é possível  fazermos com que os pecadores nos dêem
uma resposta banhada em lágrimas ao dizer-lhes que Deus os ama. Tal mensagem
 é muito apelativa tanto para o Cristão quanto para o pecador. Certamente que é mais
 fácil falar de amor do que de pecado. Muitos anos atrás, antes de haver entendido
a função da Lei do Senhor, eu falei a uma prostituta sobre o amor de Deus e fiquei muito
 feliz de ela começar a chorar imediatamente. O que eu não sabia era que
suas lágrimas não eram lágrimas de arrependimento diante de Deus, mas meramente
 uma resposta emocional à carência do amor de um pai. Em minha ignorância,
 eu alegremente a conduzi na “oração de entrega”. Entretanto, algum tempo depois,
 fiquei desapontado quando ela se afastou e seu coração, outrora tenro e aberto,
tornou-se duro e fechado como um calo para as coisas de Deus.

Paradoxalmente, a Lei faz com que a graça abunde da mesma maneira com que
a escuridão faz a luz brilhar. Foi John Newton, autor de “Maravilhosa Graça”
 quem disse que um entendimento equivocado da Lei e da graça produziria
“erro tanto da mão direita quanto da esquerda.” Eu não sei se algum de nós poderia
 achar que tem um entendimento melhor do que seja graça do que aquele que
escreveu tão maravilhoso hino.

Para ajudar os pecadores a entender que a graça é verdadeiramente maravilhosa,
 use a Lei Moral de Deus. Conforme John Wesley aconselhou a um jovem evangelista:
 “Para que o evangelismo seja efetivo, pregue 90% Lei e 10% graça.”
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Perguntas

1.      Qual a definição da palavra ‘graça’?

2.      Por que um Cristão deve estar atento a como fazer com que a graça seja realmente
 maravilhosa ao mundo?

3.      O que é que faz com que a graça abunde?

4.      O que fez com que o motorista infrator visse a seriedade de sua transgressão?

5.      O que Charles Spurgeon disse a respeito da Lei?

6.      Por que a prostituta chorou à menção do amor de Deus?

7.      O que John Newton disse a respeito da harmonia entre Lei e graça?

Penas para Flechas

Imagine-se voltando duzentos anos no tempo e tentando descrever um Jumbo.
Você diz: “De onde eu venho, nós temos umas latas de metal imensas,
que pesam centenas de milhares de toneladas e flutuam pelo céu com centenas de pessoas dentro.”
Alguém diria: “Você está pensando que nós somos burros? Isso é impossível.
 Existe algo chamado lei da gravidade. Nem mesmo uma pena pode flutuar
no céu sem ajuda.”
Entretanto, hoje nós sabemos que quando um objeto de uma forma geométrica
particular viaja a certa velocidade, ele passa [da esfera] da lei da gravidade
para uma outra lei, a lei da aerodinâmica. A lei da gravidade permanece,
                           mas o objeto a transcende. Também temos descoberto que quando
uma pessoa torna-se um cristão, ele passa de uma lei para outra.
 A lei da vida em Cristo Jesus transcende a lei do pecado
 e da morte. O cristão vive em um plano superior: “Porque a lei do Espírito da vida
em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.” (Romanos 8:2)
Palavras de Conforto

Enquanto eu esperava no caixa de uma das lojas de material de construção
 de uma famosa rede nacional, uma mulher bufava e apontava para o chão.
Havia um montinho de areia branca que havia caído de um saco de 20 quilos
que eu havia colocado em meu carrinho. Acidentalmente eu havia feito
um buraco nele ao levantá-lo alguns minutos antes. Eu olhei para trás de mim
 e vi uma trilha de areia branca de mais ou menos uns 50 metros marcando
 todo o meu percurso dentro da loja. A trilha mostrava-se fina quando
 eu havia acelerado e grossa quando havia diminuído o ritmo.
Tal trilha não apenas revelava quando eu havia virado à esquerda e à direita,
 mas também conduzia diretamente ao culpado por tudo, eu.

Versículo para Memorização


“A Lei veio para que a ofensa abundasse.
Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.”
Romanos 5:20

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Últimas Palavras


“Ninguém jamais saberá que eu existi.
Nada a deixar para trás de mim.
Nada a passar adiante.
Ninguém para prantear por mim.
Este é o golpe mais amargo de todos.”

Tony Hancock
(Comediante Britânico)

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Tradução: Fernando Guarany Jr.
www.EvangelismoBiblico.com.br

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